domingo, novembro 12, 2017

A marcha do extremismo xenófobo polaco (12 fotos)

No dia 11 de novembro e por ocasião da independência do país, na capital polaca Varsóvia decorreu a marcha dos extremistas, polacos e alguns europeus, na presença dos 50-60 mil participantes. Os presentes empunhavam os slogans racistas, socialistas, nazis, contra Lituânia, muçulmanos e Ucrânia, escreve a página ucraniana Novynarnia.com.
“Sangue limpo” | “A Europa será branca ou deserta”
No decorrer da “Marcha popular” (Marsz narodowców) a polícia deteve pelo menos 45 pessoas, por causa dos confrontos entre os grupos geralmente conhecidos como sendo “da extrema direita” e da esquerda, uso de símbolos nazis, etc.
"Reina nos, Cristo"
As imagens religiosas do catolicismo militante e infelizmente intolerante 
"Morte aos inimigos da Pátria"
Como informa o canal televisivo Warszawa.tvn24.pl, a ação decorreu sob o slogan geral “Nos queremos o Deus” – refrão de uma antiga canção religiosa polaca, que foram citadas em julho de 2017 pelo presidente Donald Trump na sua visita ao país.
“Nos queremos o Deus”
“Europa branca para os povos europeus”
A imprensa polaca nota que essa foi é maior ação dos nacionalistas em toda a Europa nos últimos tempos. A manif foi composta quer por representantes da direita parlamentar, do universo do partido “PiS”, quer por um grande número de extremistas e simplesmente nazis, pertencentes aos agrupamentos que herdaram as tradições chauvinistas e anti-semitas das organizações polacas da primeira metade do século XX.
“Esmurrar, esmurrar o capitalismo” (a linha em baixo)
Os participantes gritavam os slogans: “Deus, honra, pátria”, “Cristo é o nosso rei”, “Indústria polaca/polonesa em mãos polacas/polonesas”, “Nosso caminho é nacionalismo”, etc. O jornalista Karol Gats no Twitter também relata os slogans: “Força branca, Ku Klux Klan”, “Socialismo popular”, “Zig Heil!”, “Sangue limpo”. É possível ver as fotos dos cartazes: “A Europa será branca ou deserta”, “Fora com os muçulmanos” e outros de conteúdo racista.


Uma seção separada foi dedicada à Lituânia e Ucrânia: “Recordamos Lviv e Vilnius”, “Ucrânia, reconhece a verdade! Polónia se levante dos joelhos!”, “Exigimos uma lei que proíba o banderismo”. Os manifestantes queimavam as tochas very-light, usavam as bombas de fumaça e pacotes explosivos.
No mesmo dia em Varsóvia decorreu mais uma marcha, da esquerda, chamada “Pela vossa e nossa liberdade”, contra o nacionalismo extremista, ódio, racismo e xenofobia. Os seus participantes seguravam as bandeiras da UE, LGBT, ostentavam os slogans que trollavam os extremistas: “Polónia branca só no inverno”, “Varsóvia sem fascistas”, etc.
Ver mais fotos
Ler mais: As memórias de um carrasco (como AK polaca matava os ucranianos)
´Ler o artigo sobre a manif no The Wall Street Journal | foto WSJ
A atual marcha nacionalista polaca ocorreu no contexto da deterioração das relações entre Varsóvia e Kyiv, devido às exigências da Polónia de retirar do poder ucraniano os “políticos anti-polacos” (Sic!) e a intenção de proibir aos tais políticos a entrada na Polónia. Em 2016, por ocasião do 98º aniversário da independência da Polónia, os extremistas queimaram a bandeira ucraniana, o crime foi investigado, mas o caso ficou encerrado (os extremistas que queimaram a bandeira da Ucrânia foram castigados pelos nacionalistas polacos/poloneses conscientes).

Fotos @ PAP, Твіттер Jacek Nizinkiewicz, Tomasz Fenske, Koalicja Antyfaszystowska.

Blogueiro: como diz uma frase conhecida: “A quem Deus quer punir, primeiro o priva da razão”, parece o caso claro dos irmãos polacos/poloneses. A história sangrenta da Polónia não os ensinou absolutamente nada e feito louco, o extremismo polaco/polonês ataca os seus irmãos ao leste. No passado o fim sempre foi mesmo, a ocupação estrangeira e perca da soberania e da independência.

Naturalmente, não confundimos os extremistas e poder polaco/polonês, mas é preciso entender que entre os extremistas que sonham com uma grande Polónia e que desrespeitam Lituânia e Ucrânia há vários eleitores do partido governamental “PiS” que colocam a pressão anti-lituana e anti-ucraniana nos seus dirigentes.

No fim, a situação ideológica atual da Polónia é tal má, que até a esquerda LGBT e antifascista parece uma força bastante razoável, muito acima da dita “extrema-direita” que advoga o “socialismo popular” e deseja “esmurrar o capitalismo”.        

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